(Português) Bangladesh, o País que Menos Consome Carne no Mundo

ORIGINAL LANGUAGES, 17 Feb 2020

David Arioch | Vegazeta – TRANSCEND Media Service

Bangladesh não tem uma cultura de alto consumo de carne como ocorre principalmente nas nações mais industrializadas e ricas.

Segundo a FAO, consumo de carne por habitante em Bangladesh não ultrapassa quatro quilos ao ano.  (Foto: Getty)

8 fev 2020 – Localizado no Sul da Ásia, e muitas vezes citado por sua vegetação exuberante, Bangladesh é o país que menos consome carne no mundo. Com uma grande população de 164,7 milhões de pessoas, onde 86,6% dos habitantes se identificam como muçulmanos, a Nação Bengali, como também é conhecida, não tem uma cultura de alto consumo de carne como ocorre principalmente nas nações mais industrializadas e ricas.

Prova disso é que, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), as últimas estatísticas sobre o consumo de carne per capita no mundo apontam Bangladesh como a nação que menos se alimenta de animais no mundo. Lá, o consumo geral de carne por habitante não ultrapassa quatro quilos ao ano.

Já outra estatística, de 2017, e mais específica, realizada e divulgada pelo Statista.com, sustenta que o consumo de carne de aves no país sul-asiático é de apenas 1,23 quilo per capita ao ano. Comparando com países como Estados Unidos, Austrália, Luxemburgo, Nova Zelândia e Áustria, as diferenças são gritantes.

Afinal, do primeiro ao último país citado, o consumo geral de carne varia de 120 quilos per capita ao ano a 101,9 quilos. Ou seja, essas nações, onde o veganismo tem se popularizado cada vez mais, ainda têm um consumo de carne, no mínimo, 25 a 30 vezes maior do que o dos cidadãos de Bangladesh, país que passou a existir somente em 1971, quando conquistou a independência do Paquistão. No entanto, é válido ressaltar que as nações desenvolvidas referenciadas já consumiram muito mais carne.

Embora o não consumo ou pouco consumo de carne seja uma realidade comum em Bangladesh, isso não significa que o país tenha uma população essencialmente vegetariana, até porque o baixo consumo de carne está associado ao preço e ao fato de que não se cria tantos animais para abate no país como em outras nações – o que também tem mais relação com os custos da agropecuária.

Exemplo disso é que, segundo o jornal Dhaka Tribune, de Bangladesh, a disponibilidade de carne no país não há como ir além de 9,12 quilos per capita ao ano, considerando o volume de criação de bovinos, o que também favorece mais o consumo de vegetais.

Para quem não consome nada de origem animal, Bangladesh oferece muitas opções da culinária vegetariana, e principalmente nos govindas, que são os restaurantes hindus espalhados por todo o país. Samosas (também conhecido como pastel indiano), ensopado de lentilhas vermelhas, espinafre bengali, shukto, Phulkopir Baati Jhal, Saak-er Ghanto e Pani Puri, estão entre os pratos mais populares à base de plantas.

Entre os ingredientes mais utilizados estão lentilha, grão-de-bico, batata, abóbora, abobrinha, berinjela, rabanete branco, espinafre, couve-flor, gengibre, funcho, feno-grego, chat masala e panch phoron (mistura de especiarias). Na realidade, a lista é longa.

Embora Bangladesh seja um país “mais próximo do vegetarianismo” por uma condição econômica, ainda assim essa realidade permite uma imersão em uma cultura com boa diversidade de pratos à base de plantas que fazem parte da sua história há décadas e mesmo séculos, ainda que o vegetarianismo enquanto filosofia de vida seja desconhecido por grande parte da população.

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David Arioch é jornalista profissional, historiador e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário.

 

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