(Português) Presente de Grego – a minha experiência

ANIMAL RIGHTS - VEGETARIANISM, ORIGINAL LANGUAGES, 27 Jul 2015

Quézia Queiroz – ANDA-Agência de Notícias de Direitos Animais

bug_eyed_dog cão cachorro animalNa tentativa de consolar meu instinto materno – antes de saber que a maternidade seria algo incerto em nossas vidas, devido a um câncer – ele me deu um presente. A primeira Jade. Sou completamente apaixonada por cães, mas, dessa vez, não houve química. Ela chegou quieta e não fez festa. Parecia que eu estava recebendo um estranho, numa visita inesperada. Rabo imóvel. Olhar distante. Sabe quando você deixa seu cão experiente na casa de um parente e viaja. Ele deita quieto, come, dorme e sobrevive enquanto espera pela sua volta. Ela parecia assim.

Logo percebi que algo estava errado. Para um filhote, aquela shinauzer já era bem grandinha. Até então minhas últimas companheiras de 4 patas eram todas amáveis e doces vira-latas e não entendia lá muito bem de raças. Menos de 24 horas depois eu estava na casa da criadora de animais. A tal Jade na verdade era Miney, tinha nome, casa e tutora. Parecia outra cachorra. Animada, de volta ao lar. A criadora havia empurrado a cadela na negociação.

Pouco depois, ela me trouxe lindos filhotinhos peludos e traquinas. Eles mais pulavam que andavam e foram logo tratando de esvaziar a bexiga por ali mesmo, na sala. Um deles, desajeitado e feliz, se aproximou de mim. Deu um olé quando tentaram contê-lo e se ofereceu. Não resisti. No colo, foi logo se ajeitando no meu ombro, se escondendo atrás do meu cabelo. Era ele! Ou melhor, ela. A minha Jade. Mais uma vez a dona quis influenciar a nossa escolha. Me mostrou outras opções: “Veja este, todo branquinho”. Mal sabia ela que nós já tínhamos nos escolhido. A Miney teria me dito obrigada, se pudesse falar. E a segunda Jade chegou a casa como deve ser.

Os animais não são coisas. Não se pode negociar um cão como quem negocia um móvel usado. Bem pouco tempo depois estávamos com a Jade na clínica veterinária. Seus músculos não se desenvolveram bem. Era caso de cirurgia. Voltamos a casa da dona fulana, vendedora de animais. Para ela, caso de troca. “Levem este outro”. A segunda Jade tornou-se descartável também. Jamais! Ficamos com a nossa Jade, com a barriguinha mal formada e os olhos esbugalhados.

Veio o meu diagnóstico de câncer. E ela foi a minha companheira inseparável. Esteve comigo durante os piores dias da quimioterapia. Aproveitava minhas idas ao banheiro para comer e beber água. Sempre ao lado da cama. Até a oncologista recomendou o NÃO afastamento do meu animal. Diante do não pode isso, não pode aquilo, eu podia estar com ela. E era tão bom.

A Jade engordou comigo durante o repouso, e depois voltou a fazer caminhada comigo. No início, ela me esperava. Me olhava bem profundo, como quem diz: “Vamos lá. Já fizemos tanto isso juntas!”. Quando me recuperei, ela providenciou filhotes. Doamos todos para amigos bem próximos. Uma delas, a Meg continua com a mãe. Elas são inseparáveis. Bem mais eficiente que eu neste quesito, a Jade já é bisavó. Tem 7 anos, muita saúde e nunca fez a tal cirurgia. Desnecessária. Desenvolveu seus músculos normalmente depois que teve espaço para andar. Ela vivia amontoada numa gaiola de filhotes.

Hoje eu não compraria um cachorro. Adotaria. Cães não são mercadoria. Não tem prazo para troca. Não há devolução, nem garantia de qualidade. Cães ficam doentes, têm anomalias, engordam, são imperfeitos. Como nós. Mas eles são as melhores companhias não humanas que alguém pode ter nesta vida!

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Quézia Queiroz é jornalista e educadora humanitária pelo bem estar dos animais e do meio ambiente.

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