(Português) Madeira ilegal da Amazônia chega impunemente à Europa

ORIGINAL LANGUAGES, 16 Nov 2015

Greenpeace Brasil – TRANSCEND Media Service

Nova investigação expõe 26 empresas europeias que estão importando produtos de fornecedor ligado ao comércio de madeira ilegal da Amazônia.

Madeireira Iller, envolvida com o comércio de madeira ilegal, no Pará (© Greenpeace/Otávio Almeida)

Madeireira Iller, envolvida com o comércio de madeira ilegal, no Pará (© Greenpeace/Otávio Almeida)

12 Nov 2015 – A operação “Madeira Limpa”, deflagrada pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal de Santarém, no final de agosto de 2015, desmantelou uma rede de corrupção e comércio ilegal de madeira atuando em diversos municípios do Pará, e de outros estados. Entre os envolvidos está uma madeireira, chamada Iller, que exportou para diversas empresas da Europa.

A investigação do Greenpeace mapeou a cadeia de custódia da Iller, observando para quem ela vendeu diretamente nos últimos 18 meses. O relatório expõe, mais uma vez, importadores que têm falhado com a sua obrigação de mitigar os riscos de adquirir madeira ilegal. Ao todo são 26 empresas europeias que, por meio de comercializações com a Iller, estão importando madeira potencialmente ilegal da Amazônia e assim contribuindo para a destruição da floresta.

A Operação Madeira Limpa revelou que a Madeireira Iller Ltda usava documentos fraudados para lavar madeira ilegal. Todo o esquema ainda contava com a ajuda de oficiais corruptos e intermediários. Dessa forma, a madeira conseguia deixar o Brasil como se fosse legal para ser vendida na Europa. A Iller utilizou algumas das diversas formas de fraudar o sistema madeireiro que o Greenpeace vem expondo desde maio de 2014, na Campanha Chega de Madeira Ilegal. Essas fraudes no sistema de controle madeireiro na Amazônia brasileira tornam a documentação oficial irrelevante como garantia da legalidade da madeira.

O relatório descreve como importadores da União Europeia em vários países compraram madeira da Iller, apesar de, antes mesmo de a Operação ocorrer, já haver informações suficientes publicamente para concluir que a papelada oficial que acompanha a madeira da empresa não poderia ser confiável. “Os importadores de madeira na Europa que compraram a madeira da Iller e de outras madeireiras suspeitas continuam ignorando evidências e conectando suas atividades à destruição da Amazônia”, afirma Marina Lacôrte, da Campanha da Amazônia do Greenpeace.

O Greenpeace pede que as autoridades da União Europeia cumpram a lei contra a entrada de madeira ilegal na Europa inspecionando todas as empresas que importaram madeira da Iller durante os últimos 18 meses e penalizando aqueles que não aplicaram uma mitigação de risco adequada à situação dos fornecedores da Amazônia.

A EUTR (Europe Union Timber regulation), legislação referente à entrada de produtos madeireiros estrangeiros nos países membros da União Europeia, proíbe a entrada de madeira extraída de forma ilegal no mercado europeu. A lei afirma que os importadores devem ser prudentes e tomar as medidas necessárias para mitigar esse risco e evitar a contaminação.

Apenas uma das empresas contatadas pelo Greenpeace recusou diversas ofertas da madeireira Iller. Entre outras verificações, a empresa utilizou um indicador para detectar a possibilidade de estar comprando madeira ilegal, que foi previamente documentado e publicado pelo Greenpeace Brasil, no relatório Licença para Lavar: Garantida.

“Para acabar com o problema de uma vez por todas, as empresas também têm que fazer a sua parte, apoiando de maneira ativa e pública uma reforma robusta no sistema de controle de produtos madeireiros, a começar pela revisão de todos os planos de manejo ativos na Amazônia”, afirma Lacôrte.

Go to Original – greenpeace.org

Share this article:


DISCLAIMER: The statements, views and opinions expressed in pieces republished here are solely those of the authors and do not necessarily represent those of TMS. In accordance with title 17 U.S.C. section 107, this material is distributed without profit to those who have expressed a prior interest in receiving the included information for research and educational purposes. TMS has no affiliation whatsoever with the originator of this article nor is TMS endorsed or sponsored by the originator. “GO TO ORIGINAL” links are provided as a convenience to our readers and allow for verification of authenticity. However, as originating pages are often updated by their originating host sites, the versions posted may not match the versions our readers view when clicking the “GO TO ORIGINAL” links. This site contains copyrighted material the use of which has not always been specifically authorized by the copyright owner. We are making such material available in our efforts to advance understanding of environmental, political, human rights, economic, democracy, scientific, and social justice issues, etc. We believe this constitutes a ‘fair use’ of any such copyrighted material as provided for in section 107 of the US Copyright Law. In accordance with Title 17 U.S.C. Section 107, the material on this site is distributed without profit to those who have expressed a prior interest in receiving the included information for research and educational purposes. For more information go to: http://www.law.cornell.edu/uscode/17/107.shtml. If you wish to use copyrighted material from this site for purposes of your own that go beyond ‘fair use’, you must obtain permission from the copyright owner.

Comments are closed.