(Português) Por que você ainda usa produtos testados em animais?

ORIGINAL LANGUAGES, 15 Jan 2018

Ellen Augusta Valer de Freitas | Desobediência Vegana - ANDA Agência de Notícias de Direitos Animais

Os efeitos da publicidade sobre nossas escolhas são perceptíveis, mas nem sempre são óbvios. Não é somente no ato da aquisição que estamos sucumbindo à influência da mídia.

Divulgação

Os efeitos da publicidade sobre nossas escolhas são perceptíveis, mas nem sempre são óbvios. Não é somente no ato da aquisição que estamos sucumbindo à influência da mídia, mas muitas vezes junto com o produto compramos ideias, atitudes e não raro há quem defenda-as como parte de sua própria identidade.

No mercado existem o que é chamada de marcas líderes, que geralmente investem em propaganda pesada, tentando transmitir uma ideia de que aquele produto é o melhor de todos, já que está no topo das vendas e das marcas mais pensadas pela população.

O vegano não é um consumidor comum, que come o que sua família lhe impõe pois aprendeu que aquilo era o padrão e segue repetindo o que pai e mãe ensinaram nos primeiros anos de idade até a velhice, sem nunca refletir.

O vegano escolhe o que irá comer, o que irá vestir e até mesmo como irá se expressar, com consciência e atitude política.
Não só é um consumidor ativo do mercado formal, como também cria sua própria alimentação e produtos, inventa pratos novos, adapta receitas velhas ao olhar novo.

Ao tornar-se vegana, uma pessoa começa a tarefa de fazer a leitura de rótulos dos produtos que irá consumir.

No começo, tarefa árdua, depois até divertida.

É preciso ler os conteúdos/ingredientes dos produtos para saber se há elementos de origem animal como carnes, ovos, leite, seda, extrato de pérola etc. E também saber se aquela empresa realiza testes em animais.

As listas de empresas que realizam testes em animais são muito fluidas, mudam constantemente. Devido a contratos, muitas empresas unem-se a outras que testam, unindo capital e potencial.

O boicote é uma das armas do ativista vegano. Não podemos nos deixar levar por impulsos consumistas de pegar a marca mais famosa, mais fácil na prateleira. Marcas essas que muitas vezes são romantizadas pelos próprios ativistas como fundamentais. Difícil entender porquê uma pessoa precisa pagar pau para um determinado produto, se não receberá nada por isso.

E as discussões em defesa de marcas que testam em animais e ainda contém elementos de origem animal beiram o ridículo. As pessoas defendem abertamente nas redes sociais produtos fúteis como bolachinha recheada, coisas absolutamente desnecessárias e com muitas opções na concorrência que não realizam testes e possuem ingredientes veganos. Aparentemente é impossível entender o porquê de tamanha ignorância, mas pensando mais profundamente, percebe-se a grande influência da propaganda na mente de pessoas manipuláveis e sem senso crítico.

Quando você ouvir aquele otário que repete sem parar “I love bacon” para provocar os veganos, não fique com raiva. Ele é apenas um idiota manipulado por algo que aconteceu há décadas atrás, mas como é um imbecil, jamais irá na origem para saber por que ele precisa tanto se auto afirmar através de uma provocação meio retardada, uma frase clichê.

A Revista Galileu publicou estes tempos uma matéria muito interessante intitulada: ‘A “moda do bacon” foi orquestrada pela indústria de carne de porco nos EUA’

Foram as grandes indústrias que fizeram as famílias acreditarem que era saudável comer ovos e bacon no café da manhã. Até hoje há matérias no Google, falsas, sobre a dieta do bacon para emagrecer.

Edward Bernays, sobrinho de Freud, é conhecido como o pai das Relações Públicas e Publicidade/Propaganda modernas e ajudou a inculcar na cabeça das pessoas, que este ‘alimento’ era necessário.

Nos últimos dez anos, a propaganda massificada a favor do bacon fez as pessoas acreditarem que esse é um alimento indispensável na alimentação.

E não é. Carne de animais são completamente desnecessárias e não apenas em termos de saúde ou sabor. A maior razão para não comer animais é que eles são indivíduos que possuem dignidade. Eles não são objetos.

Mas e quando o sujeito é “vegano” e mesmo assim insiste em usar produtos testados em animais? Como entender esse paradoxo? Os testes realizados em animais são tão cruéis, exploratórios e degradantes quanto a morte e exploração de animais para consumo. As cobaias são mantidas de formas inimagináveis (há ampla literatura e fotos sobre o assunto), sendo usadas como objetos de pesquisa, de testes de produtos dos mais variados tipos, para depois serem descartadas e mortas, assim como o animal que vai para o abatedouro. Então, o que há de vegano em parar de consumir animais mas seguir usando produtos testados? Não há nada.

Está na hora de ter um pouco mais de senso crítico antes de comprar produtos testados. Procure saber como são os testes. A maior parte dos veganos deve saber, suponho. Portanto, relembre. E reassuma o compromisso com os animais. São testes doloridos, cruéis, e mesmo os que porventura não o são, exploram a vida, a dignidade do animal, que não pediu para estar ali, à disposição dessa praga, chamada humanidade.

Fontes de pesquisa:

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