(PORTUGUESE) INDÍGENAS BUSCAM FORTALECER UNIDADE A NÍVEL CONTINENTAL

COMMENTARY ARCHIVES, 28 Oct 2009

Cimi

Representantes da Bolívia, Argentina, Paraguai e Brasil definem linhas gerais do III Encontro Continental do Povo Guarani, que acontecerá no Paraguai em 2010.

Representantes do Povo Guarani da Bolívia, Argentina, Paraguai e Brasil se reuniram em Foz de Iguaçu, de 16 a 19 de outubro, para definir linhas gerais sobre o que vai ser o III Encontro Continental do Povo Guarani, que se realizará no Paraguai em 2010.
 
Como a questão espiritual é um alicerce permanente na luta do Povo Guarani pela reconstituição de seus territórios ancestrais e autodeterminação, esse aspecto fundamental esteve presente ao longo de toda a reunião em Foz, na palavra sábia dos anciãos que acompanharam as lideranças durante o encontro.
 
Na reunião, mais de cinquenta representantes relataram as realidades em cada um dos países e encontraram pontos comuns nas problemáticas. Isto porque a pressão exercida na maioria dos países pelos setores empresariais da sociedade não indígena, representada pelos governos de turno, conduzem historicamente a consequências que não mudaram em muito a situação na atualidade: expulsão e etnocídio dos povos originários.
 
“Não haverá democracia se algum setor social é discriminado e não lhe é permitido participar realmente nos temas que os afetam, como por exemplo na questão do racismo criminal contra os povos indígenas, que acontece quase na maioria dos países". Também foi concluído  que “a nossa autodeterminação é uma necessidade urgente; assim como a demarcação de nossos territórios, de onde fomos expulsos violentamente, ficando as nossas terras nas mãos dos latifundiários, mercadores da terra e Estados nacionais, produto de um suposto direito de conquista. Isto não aceitaremos nunca”.
 
“Deve ser cumprido o que as leis dizem. É muito o que está escrito e pouco o que é cumprido. Queremos que os governos façam realidade, na brevidade, o que afirmam”, disseram repetidas vezes os representantes indígenas. Repudiaram o silêncio e a cumplicidade dos juízes com os poderosos, acusando-os de de serem “funcionais ao sistema etnocida” , sendo que passa pelo Judiciário “estranhos limites territoriais” que limitam o livre trânsito do Povo Guarani nas fronteiras, o qual “divide o nosso povo com muros invisíveis, porem poderosos”.
 
A vulnerabilidade em que se encontram os guaranis nos países de América do Sul é um aspecto que não está sendo levado a sério pelos Governos, para concretizar políticas públicas que garantam o acesso aos direitos fundamentais desses povos e a efetivação das leis nacionais e internacionais, como também foi assinalado.
 
“Sem a efetiva demarcação das terras guarani, todo processo de desenvolvimento na região estará marcada pelo sangue, injustiça e crime; sem o reconhecimento e garantia das terras guarani não existirá democracia”, expressaram as lideranças da Bolívia, Argentina, Brasil e Paraguai, num pronunciamento final.
 
Para o próximo encontro continental Guarani que se realizará no Paraguai, no próximo ano, seus representantes definiram os seguintes eixos temáticos: Territorialidade: terra e autonomia; e Autodeterminação: autogestão e governabilidade.

GO TO ORIGINAL – BRASIL DE FATO

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