(Português) O que me levou a abrir um santuário para cavalos abusados

ORIGINAL LANGUAGES, 16 Nov 2015

Karyn Boswell, One Green Planet - ANDA Agência de Notícias de Direitos Animais

14 de novembro de 2015 – Muitas crianças sonham em ter um cavalo. Algumas crescem e realizam esse sonho quando entram no ramo competitivo e outros seguem um caminho totalmente diferente. Eu escolhi o menos percorrido, que me levou ao santuário daqueles que precisam de refúgio, segurança e abrigo.

Começar um santuário de cavalos tem sido uma batalha que me acompanha desde pequena. Para ser bem honesta, tem sido uma espécie de montanha russa com várias voltas. Todo dia é uma experiência incrível e eu não troco isso por nada no mundo.

Um cavalo em um dos parques do Canadá (Crédito: Paul Illsley)

Um cavalo em um dos parques do Canadá (Crédito: Paul Illsley)

O que me inspirou a começar um santuário de cavalos?

Crescendo na cidade, vi poucos cavalos. Criada vegetariana, tive uma reputação de levar para a casa todos os animais de ruas que precisavam de ajuda. Só ficou pior quando comecei o meu primeiro trabalho em uma clínica veterinária. Vi o lado ruim do ser humano – aqueles indivíduos que não se importavam em abandonar um cachorro ou gato idoso, simplesmente dando as costas a um animal que eles escolheram proteger. Meu coração quebrava constantemente. Foi naquele momento que eu sabia em qual direção minha vida ia, eu só não sabia como chegar lá.

Depois de me mudar pro campo, eu ganhei uma noção melhor do drama dos animais de fazendas. Era quase impossível evitar de passar perto das fábricas e dos caminhões que transportavam os animais, mas eu ainda não tinha uma ideia do que estava realmente acontecendo com eles. Eu estava alheia ao sofrimento que um animal em particular – o cavalo – passa. Eu não tinha ideia de quantos cavalos eram assassinados no matadouro anualmente ou de como eles sofriam o mesmo destino que os outros da fazenda. Foi no momento em que me pediram para ajudar um cavalo que eu me dei conta do que estava realmente acontecendo.

Chances foi o primeiro cavalo a entrar na minha vida. Ela era uma égua de corrida, que ia morrer e estava indo direto ao matadouro. Com a ajuda de um tutor compreensivo, eu pude chegar a ela e trazê-la à segurança. A ideia de que um animal tão majestoso, que deu a vida para o entretenimento, pudesse ser jogado no lixo como se fosse nada, me deixou absolutamente em choque. Comecei a investigar a questão do bem-estar equino e a verdade me assustou. Não importa a idade, a raça, ou a condição, nenhum cavalo estava salvo do matadouro. Quase 80,000 cavalos são assassinados inumanamente a cada ano. Tinha que fazer algo.

Um verdadeiro santuário

Tomar conta de um santuário não é a mesma coisa que fazer um resgate. Infelizmente, no mundo em que vivemos, a palavra resgate não quer dizer segurança. Tem pessoas que estão tentando se aproveitar da desgraça dos outros, vendendo um cavalo resgatado para ganhar dinheiro. Compradores assassinos vão se fazer de potenciais adotantes, mas a intenção deles é mandar o animal para o matadouro em torno de moedas. Mandar uma alma de um lugar para outro não é a minha ideia de oferecer proteção. Acredito que animais que foram vítimas e que sofreram crueldades imagináveis deveriam poder viver a vida em paz, conhecendo apenas amor e compreensão. Isso é um santuário.

Tenho dez cavalos no meu santuário no momento, todos com suas histórias passadas de horror e de esperança futura. Eles estão felizes e vivem em harmonia uns com os outros. Não precisam entreter; podem viver como cavalos.

Um dia na vida

Dirigir a Penny Lane Farm Sanctuary (Santuário Fazenda Penny Lane) é um compromisso diário que não tem pausas. Tem sido uma experiência gratificante poder ver cavalos se recuperarem e encontrarem um lugar para pertencer. Eles desenvolveram um sentido de ser – eles fizeram um longo caminho e eu também. O santuário está registrado agora como uma organização sem fins lucrativos com a intenção de ganhar um status caridoso no futuro próximo e poder abrigar todos os tipos de animais de fazenda. Ele cuidado por voluntários e praticamente fundado privativamente. Todo dia mais pessoas descobrem o santuário e permanecem aqueles que realmente entendem o propósito – aqueles que não querem nada em troca a não ser passar o tempo com os cavalos. Os visitantes que vêm querendo uma caminhada nos cavalos nunca voltam.

O santuário avança todos os dias – mais pessoas estão começando a ver o lado terapêutico de ajudar cavalos resgatados. Não estamos apenas ajudando os cavalos a se curarem, mas as pessoas que sofrem de depressão e doenças também. Minha esperança para o futuro é que comecem a ver os cavalos como seres únicos e sensíveis e não como animais a serem explorados. Não há razões para assassinar um cavalo. Eles têm o mesmo direito de viver que a gente. Eu gosto de pensar que mudei o pensamento alguns indivíduos que tiveram a chance de conhecer os cavalos no Santuário Fazendo Penny Lane.

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Tradução: Mariana Lyrio/ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais.

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