(Português) Sobre insetos perigosos aos humanos

ORIGINAL LANGUAGES, 25 Jan 2016

Sônia T. Felipe - ANDA Agência de Notícias de Direitos Animais

Divulgação

Divulgação – Gafanhotos

22 de janeiro de 2016 – Sobre os insetos que podem ser perigosos para nós, tenho a mesma opinião que tenho sobre os humanos que são perigosos para a vida de outros animais. O ambiente que propicia seu aparecimento deve ser eliminado, portanto, a causa de eles se tornarem perigosos ou aparecerem deve ser abolida. A causa.

Se descuidamos de crianças e não abolimos a cena que as deseduca e desestrutura e se tornará a causa que as tornará adultos perigosos, psico e sociopatas, perdemos de vez o sossego e colocamos em risco a integridade psicológica e física de quem terá que conviver com essas psicopatas.

Se descuidamos e destruímos os ambientes nos quais todos os insetos sempre vivem e viveram, comendo, matando e morrendo sem causar desequilíbrios, e agora eles vêm para junto de nossas casas, erramos.

Bandos de até 50 milhões de gafanhotos atacam desde o ano passado as pastagens vizinhas às plantações de soja e milho na Argentina. Soja e milho Transgênicos, diga-se de passagem. Se os gafanhotos se proliferaram a tal ponto, devastando agora os campos de pasto, isto se deve não apenas à seca prolongada dos últimos três anos, mas também a que seus predadores naturais foram destruídos por tais cultivos, nos quais se aplicam biocidas carregados de glifosato, o serial killer dos tecidos de plantas e de outros organismos vivos. Agora é só choro.

Destruímos os mananciais de água (assoreamos ou envenenamos com nossos resíduos) nos quais os sapos viviam. Não temos mais sapos nas cidades e mal os temos nos campos, como já não vemos as borboletas e as abelhas nesses campos. Temos o mosquito Aedes Aegypti, conhecido como mosquito da dengue e da febre chikungunya, que agora nos pica, inoculando também o vírus zica. Sabe-se-lá qual outro vírus mutante nos aguarda neste ano e nos que nos aguardam.

Humanos querem obter tudo à custa do equilíbrio natural. Uma vez destruído este equilíbrio, que, é bom lembrar, nunca foi harmonia pura, os outros seres vivos entram no controle, a seu próprio modo. Daí vem a solução humana considerada mágica: seu verbo é matar.

Estamos reféns deste verbo matar para dar conta, agora, de tudo o que fizemos com nosso modo de viver dos últimos 50 anos, que foi o de matar algo da casa dos hoje 70 bilhões de animais para consumo humano, todo ano.

Estes animais, mortos para consumo humano, são alimentados com a soja e o milho, a alfafa e a aveia, cultivados nos campos glifosatados, nos quais não vemos nenhum sapo proliferar. Só erramos e vamos errar sempre, se usarmos sempre o verbo matar. Se é de Pablo Neruda, ou não, esta frase que parafraseio, vale igual: você tem a liberdade para fazer o que quiser, mas justamente suas escolhas livres arquitetam as grades nas quais ficará aprisionado. Portanto, analise no longo prazo que tipo de grade está fabricando para a vida dos outros e a sua própria.

O verbo ético para corrigir nosso erro é recompor, reconstituir (engenharia e ética combinadas) o que estragamos. O melhor de todos os verbos é respeitar, que em sua etimologia quer dizer: olhar de novo, “de novo”, não de velho olhar, outra e mais outra vez, sob outra perspectiva, mais luminosa, o que até agora só olhamos pela perspectiva sombria do matar.

E levará outro século para tanto devido respeito. Para abrirmos nosso peito à vida dos outros. Agora esta é a tarefa que ficamos devendo, a lição de casa desta escola da matança que frequentamos sem consciência. Com nossas escolhas anteriores forjamos as grades que ora nos aprisionam. Nossas escolhas presentes desmontarão as jaulas. Animastê!

_________________________________

Sônia T. Felipe é filósofa vegana abolicionista e membro fundadora da Sociedade Vegana no Brasil.

Go to Original – anda.jor.br

Share this article:


DISCLAIMER: The statements, views and opinions expressed in pieces republished here are solely those of the authors and do not necessarily represent those of TMS. In accordance with title 17 U.S.C. section 107, this material is distributed without profit to those who have expressed a prior interest in receiving the included information for research and educational purposes. TMS has no affiliation whatsoever with the originator of this article nor is TMS endorsed or sponsored by the originator. “GO TO ORIGINAL” links are provided as a convenience to our readers and allow for verification of authenticity. However, as originating pages are often updated by their originating host sites, the versions posted may not match the versions our readers view when clicking the “GO TO ORIGINAL” links. This site contains copyrighted material the use of which has not always been specifically authorized by the copyright owner. We are making such material available in our efforts to advance understanding of environmental, political, human rights, economic, democracy, scientific, and social justice issues, etc. We believe this constitutes a ‘fair use’ of any such copyrighted material as provided for in section 107 of the US Copyright Law. In accordance with Title 17 U.S.C. Section 107, the material on this site is distributed without profit to those who have expressed a prior interest in receiving the included information for research and educational purposes. For more information go to: http://www.law.cornell.edu/uscode/17/107.shtml. If you wish to use copyrighted material from this site for purposes of your own that go beyond ‘fair use’, you must obtain permission from the copyright owner.

Comments are closed.