(Português) Baleias do Sea World: Fim ou Meios?

ORIGINAL LANGUAGES, 18 Apr 2016

Carol Zerbato - ANDA Agência de Notícias de Direitos Animais

seaworld whales park animal

15 de abril de 2016 – Primeiro, o anúncio de melhorias em sua estrutura. Depois, a impactante declaração de que seus shows chegariam ao fim. Ah, espera. Não tão impactante assim. Já que as apresentações só cessarão em 2017 e em apenas um de seus parques. E a cartada final: o comunicado do fim de seu programa de reprodução em cativeiro logo após o vazamento da constatação de que seu principal reprodutor tem pouco tempo de vida.

E é assim que o Sea World Parks & Entertainment vem se posicionando desde o lançamento, em 2013, de BlackFish – documentário que conta a história da orca Tilikum, capturada na natureza em 1983 e mantida em cativeiro até hoje, 33 anos depois. A exposição dos bastidores da cruel indústria do entretenimento com mamíferos marinhos gerou efeitos quase que imediatos: o complexo de parques registrou quedas estrondosas de público e de faturamento. E, quanto a esse último, o problema é bem mais no fundo do tanque.

Em 2015, uma marca de brinquedos cancelou seu contrato com o grupo, que contemplava a produção de uma boneca treinadora do Sea World. Nesse mesmo ano, uma empresa especializada em acessórios para bebês parou de fabricar um brinquedo em forma de orca, próprio para brincadeiras durante o banho, seguindo o conceito de que “uma banheira não é grande o suficiente para uma orca”, e abraçou a causa: o CEO da marca chegou a escrever uma carta aberta ao parque de Orlando oferecendo um milhão de dólares pela libertação de Tilikum. As ações do Sea World despencaram. Ativistas em prol dos direitos animais pressionaram. Empresas parceiras recuaram.

E que ironia. Enquanto um último suspiro de público ainda se diverte com os respingos de água das acrobacias de orcas e golfinhos, nenhuma marca quer essa mesma água respingando nela.

Enquanto empresas com modelos de negócio ultrapassados tentam se reinventar na era da hiperinformação – como o segmento de maquiagem, que tenta encontrar alternativas que substituam os testes em animais, por exemplo –, o Sea World se comporta como quando capturou Tilikum. Quando não se havia meios de descobrir que não, a expectativa de vida de uma orca não é de 35 anos. Que não, Tilikum não está morrendo porque chegou à velhice. Que não, o cativeiro não é educacional.

Ainda assim, apostar em uma reformulação – como investir em realidade aumentada e cessar o uso de animais no papel educacional que o Sea World afirma ter – parece não estar nos planos. Libertar as orcas também não. O complexo de parques alega que os animais não sobreviveriam em ambiente selvagem. Mas, calma. Não sobreviveriam em habitat, mas seriam completamente capazes de se adaptar a uma nova vida em santuários marinhos.

Assim, aos ativistas que lutam pelo fim do cativeiro de cetáceos como eu, resta lamentar. Porque as últimas notícias não são o fim do Sea World. São só os meios que o parque encontrou de se agarrar na borda para não morrer afogado.

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